Certa vez um operário perdeu o emprego.
Em uma reunião de família disse aos seus quatro filhos que a partir daquela data todos os supérfluos seriam cortados.
O garoto mais velho, que não sabia o que era supérfluo perguntou: – O que é algo supérfluo?
O pai ainda todo sem jeito, pela situação que estava sendo submetido explicou: – Eu sei que você gosta muito de pêssegos, mas também sei que poderá passar sem eles.
A partir de hoje não teremos mais pêssegos de sobremesa, somente goiabada que é mais barato.
O menino não suportava goiabada, mas se calou e aceitou a nova situação por ver a aflição de seu pai.
Os dias foram se passando.
E nada de seu pai encontrar um emprego.
A situação estava complicada naquele lar.
A época de pêssegos chegou.
Aquele ano eles pareciam ainda mais vermelhos e amarelados, ainda mais aveludados e doces como mel.
Mas somente a goiabada era possível se comer de sobremesa.
Um dia, quando a mãe voltava da feira, com o carrinho praticamente vazio, e o pai saíra em busca de um emprego, a mãe chamou o filho mais velho no quarto, trancou a porta e abriu um pacote de onde tirou um lindo pêssego aveludado e doce como mel.
Os olhos do garoto iluminaram-se com lágrimas.
Naquele dia o garoto compreendeu uma pequena parte do verdadeiro amor de Mãe.
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