Meditação do Dia
No meu último aniversário ganhei algo inusitado: algumas sementes de Ipê, mas especificamente de Ipê rosa (Tabebuia pentaphylla). Árvore comum nas regiões menos quentes do país, essa espécie é, geralmente, o primeiro dos ipês a florir no ano. Inicia a floração em junho e pode-se encontrar flores ainda em setembro. Uma espécie exótica, com provável origem argentina, bastante usada em paisagismo urbano pois se desenvolve rápido.
Acontece que, de acordo com as instruções de plantio, as sementes devem ser colocadas em terra de boa qualidade e regada moderadamente, então a germinação deve acontecer em até trinta dias. Antes de completar cento e cinquenta dias, ela deve ser transplantada para um local onde possa se desenvolver e atingir seus quatro metros de altura.
Fiquei extremamente feliz, pois, uma vez que já tenho descendente, após plantar uma árvore, só vai me faltar escrever um livro!
Comecei, então, a procura por um local para minha incursão ao mundo agrícola! Passei a notar mais as árvores na cidade onde vivo. Percebi mais os ipês nas ruas, praças e canteiros. Obviamente que, como a criação exulta o poder de Deus, lembrei-me do meu Criador e fiquei orgulhoso em saber que as mesmas mãos que fizeram tantas maravilhas naturais também me criaram, que honra.
Percebi que não é tão fácil assim achar um local seguro, onde possa plantar meu ipê sem que algum aventureiro queira transplantá-lo antes que eu. Isso porque, vivendo numa metrópole, terra é artigo de luxo. Tem bastante, mas todas sempre em locais públicos, onde não há segurança para plantá-lo e esperar crescer.
A parábola de semeador me veio à mente. Nela Jesus descreve alguns locais onde a semente havia sido plantada, e que, no lugar certo, a semente frutifica e produz muito bem.
Num primeiro momento coloquei-me no lugar do semeador. Como tenho poucas sementes, não posso sair espalhando a esmo, mesmo porque gostaria de acompanhar o crescimento, registrando meu futuro Ipê em fotos. Preciso achar a terra ideal.
Depois, pensei melhor, e me coloquei como sendo a terra. O semeador, Deus, procura uma boa terra onde Sua semente possa frutificar. A minha melhor intenção é, então, oferecer-me como uma terra ideal para Seu plantio.
Mas o fato de só achar concreto e terras ruins para meu ipê tem me feito pensar: será que concretei minha própria vida e Deus não tem encontrado espaço para semear e me fazer frutífero?
Será que a correria do dia a dia, do desenvolvimento e crescimento da vida particular, das responsabilidades e das adversidades pelas quais todos nós passamos atuam como o solo rochoso ou o solo cheio de espinhos da parábola?
Ainda não achei a terrinha que preciso pro meu Ipê, mas sei que, mais urgente que achá-la, é voltar a preparar a terra de minha vida para receber as sementes que o Maior Agricultor quer semear, e deixar produzir os frutos que Ele espera.
A minha mão já está no arado, e a sua?
Colaboração; Enos Moura Filho Primeira Igreja Presbiteriana de Guarulhos
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