Essa história, é uma história diferente, podemos começá-la como antigamente:
- Era
uma vez, em uma casinha muito encolhidinha situada no meio de uma
floresta. Só que essa floresta era de pedras. Sim, de pedras.
- Mas como assim Reginaldo? Não existe floresta de pedras.
-
Tens razão Marquinhos, quando falo em floresta de pedras, estou me
referindo a uma cidade, e as casas formam essa floresta, entendeu?
- Estou começando a entender... Continue professor.
-
Bom, continuando, nessa casinha morava uma senhora de aproximadamente
60 anos, e estava passando por dificuldades financeiras, já não podia trabalhar e o que recebia da aposentadoria não dava para comprar nem os remédios
que ela tomava para a Pressão.
Para acabar de vez com a sua tranquilidade, os vizinhos a pressionava para que ela vendesse a sua
casa, pois o Supermercado ao seu lado precisava construir um
estacionamento para os seus clientes, e o local da sua casinha era o
ideal para eles.
- Mas se ela vender a casa, onde ela ia morar professor?
- Pois é, o dinheiro que receberia não dava para comprar nem um lote em um lugar habitável,
se ela quisesse teria que morar em uma favela ou mudar-se para uma
cidade pequena.
Essa mulher era mal humorada, brigava com todo mundo,
falava palavrões, e em até certo ponto os vizinhos tinham razão em pedir
a sua saída dali.
Um certo dia, apareceu por lá, um oficial de justiça e
disse a ela: - Minha senhora, venho lhe trazer essa intimação, por favor assine aqui por favor.
-
Eu não vou assinar nada, em primeiro lugar, sou mulher de pouca
leitura, e não saberia exatamente o que estaria assinando para o senhor.
- Minha senhora, sou um oficial de justiça, não precisa ter medo de nada.
-
Nem se o senhor fosse o Presidente, ele pelo menos conheço pela
fotografia e me faça um favor, dê o fora daqui se não chamo a polícia.
- Ótimo, a senhora me economizaria bastante chamando a polícia, pois fique sabendo que posso mandar prendê-la.
- Ótimo digo eu, seria maravilhoso, pois assim teria onde comer de graça e não estaria passando fome.
Aquelas palavras tocou profundamente o coração do oficial de justiça que ficou sem ação.
- Moço, me diga por que estou sendo intimada?
-
Fizeram um abaixo assinado, estão pedindo ao Juiz que tire a senhora
desse lugar, estão dizendo que a senhora é mal exemplo para as crianças
que moram nesse bairro.
- Estão falando tudo isso nesse papel aí?
- Não minha senhora, aqui é só a intimação, o processo está lá no fórum.
A mulher começou a chorar...
-
Moço, eu moro aqui desde quando nasci, essa casa pertencia ao meu avô
que deixou para minha mãe que deixou para mim que sou filha única.
Esse
povo me conhece desde quando eu era criança, muitos aí brincaram comigo
no nosso quintal, até fui namoradinha de alguns e agora os próprios
estão querendo me ver longe daqui...
O senhor não acha isso uma
covardia?
- Acho senhora, e queria até te dar um conselho.
- Qual?
- Procure um advogado, ele saberá orientá-la.
- E pagar com que esse advogado meu filho? Se brincar eles compram ele e lá se vai a vaca para o brejo. Só tem alguém que pode me ajudar.
- Ótimo senhora, quem?
- Jesus Cristo, ele vai me dar uma solução. Me dê aí esse papel, vou assinar, quando tenho que ir falar com o Juiz?
- No próximo dia 20.
A mulher assinou o papel, uma assinatura trêmula, mal feita devido a sua pouca leitura.
Pare e Pense.
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