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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Forum Social Mundial

Meditação do Dia
Ser humano é lutar pela plenitude da vida.
um outro mundo é possível.
De 27 de janeiro a 1o de fevereiro de 2009, a cidade de Belém, Pará, sediou a nona edição do Fórum Social Mundial.
Um evento que contou com aproximadamente cem mil inscritos, provindos de mais de 160 países.
Representantes de movimentos sociais, de tradições religiosas e espirituais, ONGs, intelectuais solidários, universitários, estudantes, cidadãos do mundo.
A confluência das mais variadas lutas em prol da dignidade humana.
Cem mil mentes e corações em busca de caminhos para um outro mundo possível.
Um outro mundo possível, que comporte os sonhos da menina palestina e da menina brasileira.
Um outro mundo possível, onde sejam respeitados os direitos básicos da menina africana, da menina peruana... ...e da menina afegã.
E dentre as tantas atividades realizadas durante o Fórum Social estavam as palestras proferidas pelo teólogo, professor e escritor Leonardo Boff.
Num dos encontros, cujo tema era “Diálogos com os movimentos de Juventude pelo Meio Ambiente ”, ele se reuniu especificamente com os jovens.
Estudantes, universitários, ativistas, sonhadores, em busca de um outro mundo possível.
A enorme tenda mostrou-se pequena para abrigar todos os interessados por ouvir as suas palavras.
Palavras de sabedoria, palavras de compaixão.
E iniciou a sua exposição, Leonardo Boff, falando sobre a crise financeira que assola o mundo.
US$ 15 trilhões de dólares evaporados em questão de poucos dias, levando consigo imensas corporações, grandes bancos e tradicionais fábricas.
E deixando para trás, em meio às frias estatísticas, as demissões em massa, o desemprego, a fome, o desespero, as lágrimas.
Uma crise que não assolou a periferia, mas o coração do império.
E lembrou-nos Leonardo Boff que as artimanhas sutis do capital procurarão se refazer.
Dirão - os economistas, as corporações transnacionais e os detentores do poder - que o capitalismo vive de crises, e que esta é mais uma crise cíclica.
E tentarão nos empurrar mais do mesmo, mais consumo, mais conflitos, mais individualismo...
Porém, a crise atual é terminal.
O desafio não é remediar o que não tem conserto, mas buscar novas alternativas, que, em sua natureza, é voraz, acumulador, depredador do meio ambiente, criador de desigualdades e sem sentido de solidariedade, atesta a sua própria falência.
O sistema atual, regido pelo capital e pelas leis do mercado, Um sistema onde a cada quatro minutos uma pessoa perde a visão, em decorrência da carência de vitamina A, declara o seu próprio fracasso.
Um sistema onde a cada cinco segundos uma criança com menos de cinco anos morre de fome ou desnutrição atesta a sua própria falência.Um sistema que criou desumanos sofrimentos e gritantes desigualdades.
O sistema vigente, que tem como pilar um individualismo avassalador, demonstrou-se incapaz de assegurar o bem-estar da humanidade.
Um individualismo que se revela na linguagem cotidiana: O meu emprego, o meu salário, a minha casa, o meu carro, a minha família...
Um sistema onde ninguém é levado a construir algo em comum, onde a competição, o acúmulo e a ostentação predominam em detrimento da solidariedade, da caridade e da compaixão.
Um sistema onde as crianças aprendem tão cedo a conjugar o verbo comprar, mas que desconhecem o que seja compartilhar.
Um sistema que incentiva o consumismo inconsequente e desenfreado, e que tanto cultua os bens materiais.
Uma cultura que dissemina compulsão e consumismo, que associa o produto a um conceito de felicidade.
Um sistema que desconhece o amor, a caridade e a compaixão, e que se fez cego e surdo para o apelo do excluído, do necessitado.
O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.
Um sistema que por longas décadas alega não possuir recursos para promover a educação, a saúde e para aplacar a fome mundial, mas que tanto gasta com guerras, conflitos e com a indústria bélica... ...e que se mostra capaz de mobilizar em poucas horas três trilhões de dólares para socorrer bancos, montadoras e corretoras, atesta seu próprio fracasso terminal.
Como foi que permitimos chegar a este ponto?
Quanto tempo ainda haverá de passar até que resgatemos a nossa humanidade perdida?
Um punhado de farinha e água para enganar a fome, acrescido, nos dias de sorte, de um pouco de sal.
Além da crise financeira, nos deparamos também em a crise ambiental.
A falta de solidariedade que impera nas nossas relações sociais.
E a falta de solidariedade para com a Natureza.
A ânsia pelo crescimento econômico, aliada ao consumismo compulsivo, resultou na dilapidação sem precedentes da Natureza.
O atual modelo econômico fracassou contra a própria humanidade e contra o planeta.
O bem-estar de todos e a preservação da Terra são sacrificados ao lucro de poucos.
O consumo inconsequente aumentou o desperdício, a produção de lixo, e os impactos ambientais.
E poluímos mares e rios...
O desenvolvimento técnico-científico, dissociado da consciência ecológica, fez com que saqueássemos os recursos naturais numa escala sem precedentes.
E a ruptura entre o trabalho e o cuidado fez com que o afã desmedido de produção se revertesse na ânsia incontida na dominação das forças da natureza.
Os limites do capitalismo são os limites da Terra.
Já encostamos nestes limites, tanto da Terra quanto do capitalismo.
Já não mais podemos prosseguir com a perversa lógica do capital, baseada no acúmulo e no desperdício: “Quem não tem quer; quem tem quer mais; quem tem mais diz que nunca é suficiente.”
A lógica do capital que tanto incentiva o supérfluo, a ostentação e o desperdício...
Imagem de celulares descartados, quase todos em perfeitas condições de uso.
Somente nos EUA, 426.000 aparelhos são jogados fora diariamente, trocados por modelos mais novos.
E juntamente com os aparelhos vão-se embora também carregadores, baterias, acessórios...
Os atuais padrões de extração, produção e consumo, mostraram-se insustentáveis,... ...além da capacidade de reposição e regeneração do planeta. A Terra está dando sinais inequívocos de que já não aguenta mais.
Sinais como a escassez de água potável, e o aquecimento global.
Sinais como as mudanças climáticas, que já começaram a afligir crescentes parcelas da população ao redor do planeta.
A Terra é um planeta pequeno, velho e limitado que não suporta um projeto de exploração ilimitada.
As crises financeira, climática, energética, alimentar e outras, - todas elas nos remetem para a crise do paradigma dominante.
Precisamos de um novo paradigma de civilização porque o atual chegou ao seu fim e exauriu suas possibilidades.
Projeções feitas por pesquisadores e cientistas ambientais mostram que, se o consumo continuar no ritmo atual, em 2050 precisaremos de dois planetas Terra.
Qual o mundo que iremos deixar para as próximas gerações?...
Qual o mundo que iremos deixar para as próximas gerações?...
Cultivar a solidariedade intergeracional, para com os que virão depois de nós.
Eles também precisam satisfazer suas necessidades, e habitar um planeta minimamente saudável.
Buscar novos valores.
Alimentar novas esperanças.
Novos rumos, e novos paradigmas.
A interculturalidade, - o diálogo entre o chamado saber ocidental e o saber tradicional, milenar, a cosmovisão indígena.
As tradições dos povos nativos falam do ser humano como jardineiro.
Conforme ensinam tais tradições, o ser humano deve cultivar a Terra com cuidado e senso de justiça e estética.
A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é nosso dever sagrado.
Devemos lançar um novo olhar sobre a realidade, adotar um novo paradigma de relacionamento com todos os seres.
O universo caminhou 15 bilhões de anos para produzir o planeta que habitamos, essa admirável obra que nós, seres humanos, recebemos como herança, para cuidar como jardineiros, e preservar como guardiões fiéis.
Somos todos interdependentes uns dos outros, coexistimos no mesmo cosmos e na mesma natureza.
Uma mesma Fonte alimentadora, misteriosa e inominável, sustenta e confere vida a tudo que existe.
O mesmo Sopro permeia toda a existência.
A vida é milagre, tão belo quanto curto, que deve ser cultivado como as flores mais belas.
Como nunca antes na história o destino comum nos conclama a buscar um novo começo.
Promover a ecologia do cuidado, que zela pelos interesses de toda a comunidade de vida.
Coexistir com respeito, cooperação e harmonia com os demais moradores deste pequeno planeta, - animais, vegetais, seres humanos.
A interculturalidade, o encontro com outras tradições, outras culturas, enriquece a nossa visão do mundo e da vida.
Ter olhos para os que são diferentes.
Ter ouvidos para a sua voz, as suas melodias, canções, histórias...
Habitamos todos uma Casa comum.
Temos uma origem comum e, certamente, um mesmo destino comum.
As tantas flores, com suas cores e formas distintas.
Diferenças superficiais, pois a terra que as nutre e sustenta é uma.
Um único Sopro as anima, conferindo-lhes significado, sentido e vida.
O desafio do tempo presente é o de resgatar as utopias esquecidas, reescrever o nosso sonho comum.
Um único Sopro, uma única Alma, uma mesma esperança.
E em meio à agitada rotina da vida moderna, encontrar tempo para refletir sobre perguntas metafísicas...
E em meio à agitada rotina da vida moderna, encontrar tempo para refletir sobre perguntas metafísicas...
Ter ouvidos para a voz que fala em nós, que nos convoca para a prática do bem... ...e que diante de uma noite estrelada nos pergunta: “Quem sustenta e se esconde atrás daquelas estrelas?...”
A voz que, quando diante de um recém-nascido, com respeito e admiração pergunta: “Quem foi que produziu esta vida?...”
“Onde é que, no olhar da criança, começa o céu e acaba a terra?”
O texto desta apresentação se baseia em palestra proferida por Leonardo Boff durante o Fórum Social Mundial, Belém, Pará, janeiro de 2009.

Colaboração; Isabela Firmo.

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