Saladino, necessitando de dinheiro para continuar a guerra contra os cruzados, chamou um rico judeu para confiscar-lhe parte da sua fortuna e destiná-la para esse empreendimento.
Mas, o indulgente soberano muçulmano quis conceder uma alternativa ao comerciante e propôs-lhe um acordo.
Perguntou-lhe “qual era a melhor fé”; se o judeu respondesse: a judaica, era menosprezar a fé do sultão; se dissesse: a muçulmana, era uma apostasia; num e noutro sentido, um pretexto de confiscação.
Mas o judeu tinha reservado uma história edificante: Excelência, havia um pai que tinha três filhos e um anel adornado com uma pedra preciosa, a melhor do mundo.
Os três filhos rogavam ao pai que lhes deixasse o anel ao morrer, e o pai para contentar todos, chamou um bom ourives e disse-lhe: “Faça-me dois anéis semelhantes a este e coloque, em cada um, uma pedra parecida a esta”.
O mestre fez os anéis tão parecidos que ninguém, para além do pai, podia distinguir o verdadeiro.
Chamou à parte cada um dos seus filhos, e disse o segredo a cada um, e, cada um, acreditou receber o verdadeiro anel, que só o pai conhecia bem.
É a história das três religiões, excelência.
O Pai que as deu sabe qual é a melhor, e cada um dos seus filhos, ou seja nós, cremos que temos a boa.
O sultão ficou maravilhado, e deixou que o judeu partisse sem lhe pedir nada. (Novellino, 112).
Pare e Pense
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