Há muito tempo,
Napoleão Bonaparte lançou na prisão um jovem da nobreza, acusado de conspirar
contra o governo. Esse pobre homem acostumara-se à vida em liberdade, criado
que fora na abastança. Sua vida de estreito confinamento numa cela exígua, sem
amigos, sem livros para ler, era por demais solitária. Apenas duas horas por
dia lhe era permitido ficar fora, num pequeno pátio ladrilhado, onde gozava do
ar puro e da luz do Sol.
Como os dias
lhe decorressem lentos, distraía-se ele fazendo, de pedacinhos de madeira,
pequenos navios, e rabiscando frases na parede. Entre estas liam-se coisas
muito tristes. Num lado da parede escreveu em letras garrafais: "Todas as
coisas vêm por acaso."
Um dia, quando
andava para cá e para lá, no pequeno pátio, notou uma plantinha a brotar no
interstício das pedras. Na falta de outra coisa para lhe afugentar o tédio,
abaixou-se e pôs-se a examinar a plantinha. No dia seguinte fez a mesma coisa,
e pareceu-lhe que a planta crescera um pouco. Dia após dia renovava a visita à
planta, que se lhe tornou como um amigo. E ficou a cismar: Teria essa planta
também vindo por acaso?
Abaixo das
palavras "todas as coisas vêm por acaso", escreveu a palavra:
"Talvez." Apôs alguns dias, desabrochou uma flor, de linda cor branca
e púrpura, com um friso prateado. Como o prisioneiro se alegrou! A bela
florzinha parecia trazer-lhe uma mensagem. Como que lhe dizia que coisa alguma
acontece por acaso, que o grande Deus tem um propósito em tudo que acontece.
Isto o reanimou, e reviveu-se-lhe a fé em Deus. A influência da florzinha
continuou. Chegou aos ouvidos da imperatriz a história do interesse do
prisioneiro na flor, e ela se comoveu e persuadiu a Napoleão a dar liberdade ao
preso.
Ao deixar a
prisão, levou consigo a plantinha e a plantou em seu jardim, a fim de que lhe
fosse um perpétuo lembrete da solicitude de Deus.
Essa bela
história lembra outra: O grande explorador Mango Park foi um dia assaltado e roubado por selvagens, no coração
da África, a 800 quilômetros da mais próxima colônia européia. Sem roupa nem
alimento, pensava em deitar-se ali no deserto e deixar-se morrer, quando notou
uma pequena flor junto do lugar em que estava sentado.
Ao baixar-se
para examiná-la, veio-lhe o pensamento de que, por certo, Aquele que criara
aquela flor no deserto não ficaria indiferente a uma criatura feita à Sua
própria imagem. A idéia inspirou-lhe novo ânimo, e resolveu prosseguir até que
achou socorro. Assim, a pequenina flor foi instrumento em incutir-lhe ânimo e
salvar-lhe a vida.
Pare e Pense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário