Existem
três tipos de animais: as carpas, os tubarões e os golfinhos.
A
carpa é dócil, passiva e mesmo quando agredida não se afasta nem revida.
Ela
não luta mesmo quando provocada.
Considera-se
uma vítima, conformada com seu destino.
Se
alguém tem que se sacrificar, a carpa se sacrifica.
Ela
se sacrifica porque acredita que há escassez.
Nesse
caso, para parar de sofrer ela se sacrifica.
Carpas
são aquelas pessoas que numa negociação sempre cedem, sempre são os que recuam;
em crises, se sacrificam por não poderem ver outros se sacrificarem.
Jogam
o perde-ganha, perdem para que o outro possa ganhar.
Declaração
que a carpa faz para si mesma: "Sou uma carpa e acredito na escassez. Em virtude
dessa crença, não espero jamais fazer ou ter o suficiente. Assim, se não posso
escapar do aprendizado e da responsabilidade permanecendo longe deles, eu
geralmente me sacrifico."
Nesse
mar existe outro tipo de animal: o tubarão.
O
tubarão é agressivo por natureza, agride mesmo quando não provocado.
Ele
também crê que vai faltar.
Tem
mais, ele acredita que, já que vai faltar, que falte para outro, não para ele!
"Eu vou tomar de alguém!"
O
tubarão passa o tempo todo buscando vítimas para devorar porque ele acredita
que podem faltar vítimas.
Que
vítimas são as preferidas dos tubarões?
Acertou
as carpas.
Tanto
o tubarão como a carpa acabam viciados nos seus sistemas.
Costumam
agir de forma automática e irresistível.
Os
tubarões jogam o ganha-perde, eles têm que ganhar sempre, não se importando que
o outro perca.
Declaração
que o tubarão faz para si mesmo: "Sou um tubarão e acredito na escassez.
Em razão dessa crença, procuro obter o máximo que posso, sem nenhuma
consideração pelos outros. Primeiro, tento vencê-los; se não consigo, procuro
juntar-me a eles."
O
terceiro tipo de animal: o golfinho.
Os
golfinhos são dóceis por natureza.
Agora,
quando atacados revidam e se um grupo de golfinhos encontra uma carpa sendo
atacada eles defendem a carpa e atacam os seus agressores.
Os
"Verdadeiros" golfinhos são algumas das criaturas mais apreciadas das
profundezas.
Podemos
suspeitar que eles sejam muito inteligentes - talvez, à sua própria maneira,
mais inteligentes do que o Homo Sapiens.
Seus
cérebros, com certeza, são suficientemente grandes - cerca de 1,5 kg, um pouco
maiores do que o cérebro humano médio - e o córtex associativo do golfinho, a
parte do cérebro especializada no pensamento abstrato e conceitual, é maior que
o nosso.
E
é um cérebro, como rapidamente irão observar aqueles fervorosos entusiastas
dedicados afortalecer os vínculos entre a nossa espécie e a deles, que tem sido
tão grande quanto o nosso, ou maior que o nosso, durante pelo menos 30 milhões
de anos.
O
comportamento dos golfinhos em volta dos tubarões é legendário e,
provavelmente, eles fizeram por merecer essa fama.
Usando
sua inteligência e sua astúcia, eles podem ser mortais para os tubarões.
Matá-los
a mordidas?
Oh,
não! Os golfinhos nadam em torno e martelam, nadam e martelam.
Usando
seus focinhos bulbosos como clavas, eles esmagam metodicamente a "caixa
torácica" do tubarão até que a mortal criatura deslize impotente para o
fundo.
Todavia,
mais do que por sua perícia no combate ao tubarão, escolhemos o golfinho
para simbolizar as nossas idéias sobre como tomar decisões e como lidar com
épocas de rápidas mudanças devido às habilidades naturais desse mamífero para
pensar construtiva e criativamente.
Os
golfinhos pensam? Sem dúvida.
Quando
não conseguem o que querem, eles alteram os seus comportamentos com precisão e
rapidez, algumas vezes de forma engenhosa, para buscar aquilo que desejam.
Golfinhos
procuram sempre o equilíbrio, jogam o ganha-ganha, procuram sempre encontrar
soluções que atendam às necessidades de todos.
Declaração
que o golfinho faz para si mesmo: "Sou um golfinho e acredito na escassez
e na abundância potenciais. Assim como acredito que posso ter qualquer uma
dessas duas coisas - é esta a nossa escolha - e que podemos aprender a tirar o
melhor proveito de nossa força e utilizar nossos recursos de um modo elegante,
os elementos fundamentais do modo como crio o meu mundo são a flexibilidade e a
capacidade de fazer mais com menos recursos."
Se
os golfinhos podem fazer isso, por que não nós?
Achamos
que podemos.
Afinal,
nós somos, Carpas, Tubarões ou Golfinhos?
Pare e Pense
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